sexta-feira, 18 de novembro de 2016

O futuro do rádio já chegou


Quem estuda Teorias da Comunicação já deve ter ouvido falar de uma obra do italiano Umberto Eco, onde ele apresenta os “apocalípticos” e os “integrados”. O primeiro grupo acreditava que os meios de comunicação faziam mal à sociedade por formar gostos padronizados e estimular o consumo através da publicidade. Já os “integrados” viam importância nos meios de comunicação de massa, pois eles levavam informação, entretenimento e cultura à população em geral.
O rádio está cheio de “apocalípticos” – e não é de hoje. Não foram poucas as vezes em que se previu o fim do mesmo. Mas o rádio sempre surpreende e, diante de sua reinvenção, ele ainda é um dos maiores fornecedores de informação, alcançando 90% da população, de acordo com pesquisa publicada pela Abert (AssociaçãoBrasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).
O IBOPE mostra que os números do rádio são ainda mais promissores. Em Belo Horizonte, por exemplo, 95% da população ouve rádio e mais de 90% ouve música no rádio. Gabriel Brunini, 20 anos, estudante de jornalismo e produtor na emissora de rádio CBN (Central Brasileira de Notícias), em Maringá, aponta que um dos pontos positivos do rádio é a possibilidade de resposta do público e a interação que sempre acontece, seja por telefone, e-mail ou rede social.
Francisco Lopis Júnior, 39 anos, formado em administração, trabalha como operador de áudio na RUC FM e conta que, quando vai viajar, ouvir rádio é sagrado: “gosto de ver até que distância a emissora pega na estrada e ouvir as de outros lugares também, vou monitorando tudo”.
Mesmo que os “apocalípticos” novamente estejam fazendo suas previsões catastróficas prevendo o fim das rádios musicais, diante da internet, o rádio, como sempre fez, se agrega às novas mídias e soma seu talento com a modernidade, alcançando o futuro aqui e agora. Como veículo camaleônico que é, consegue se reinventar, mesmo quando enfrenta um boicote claro de gigantes como a Apple. Exatamente! Para quem não sabe, foi justamente a recusa da americana em carregar um simples receptor de rádio FM em seus modernos telefones que abriu caminho para o rádio criar um novo momento de sua história. Ele vem revolucionando a indústria dos smartphones, que voltaram a ter chip ativo de rádio FM, a pedido dos consumidores, que estão percebendo todas as vantagens deste direito.
O rádio sabe que novas tecnologias não fazem mal. Pelo contrário! Ele sabe como nenhum outro absorvê-las e, por isso mesmo, promete continuar fazendo muito barulho por muitos anos.
Fontes: Jornal Matéria Prima, Galla Produções e Aerp

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