segunda-feira, 26 de junho de 2017

Os Sobrinhos do Ataíde e outros ícones do humor no rádio


O grande fenômeno dos anos 90 foram três rapazes que reinventaram uma maneira de fazer humor usando apenas a voz como ferramenta: Marco Bianchi, Paulo Bonfá e Felipe Xavier, ou simplesmente Os Sobrinhos do Ataíde.

No ar na 89FM a partir de 1995, os meninos criavam personagens, faziam jingles parodiando comerciais, inventavam bordões que grudavam feito chiclete na cabeça dos ouvintes e, principalmente, usavam um humor inteligente com inúmeras referências à cultura pop. Os programetes eram curtos, com menos de cinco minutos cada, e iam ao ar em horários mais ou menos determinados durante todo o dia e a à noite, com inserções nos intervalos comerciais da rádio, sempre iniciados com o inesquecível “top de 3 OIs”, e se despediam com o “top de 3 TCHAUs”.

A popularidade dos Sobrinhos era tão grande que mesmo ouvintes ferrenhos de outras emissoras passaram a sintonizar a 89FM nos horários dos programas pra ouvir as mais novas invenções dos garotos. Em 1997, foi lançado pela 89 Records/Universal um CD com uma coletânea de esquetes dos Sobrinhos, trazendo alguns dos quadros ouvidos no rádio.

Com o fim dos Sobrinhos, em 1999, eles continuaram ligados, mas em projetos diferentes para rádio e televisão. Paulo Bonfá e Marco Bianchi seguiram na MTV, apresentando o Rock Gol até 2010. Felipe Xavier foi para a Jovem Pan, onde tinha o quadro “Homem Cueca”, entre outros. Depois foi para a Mix FM, fazendo o Chuchu Beleza, com outro personagem seu que ficou famoso, o Doutor Pimpolho.


Usar o humor popular para atrair ouvintes de rádio é uma estratégia antiga. Antes dos Sobrinhos, outros programas fizeram história nesse segmento. Nos anos 80 e 90, todo mundo parava nas noites de sábado pra ouvir o Djalma Jorge Show na Jovem Pan FM, um programa musical feito pelo locutor Djalma Jorge, personagem do atual diretor da Pan, o Tutinha. Djalma Jorge abusava dos erros de português e era muito engraçada a forma como ele anunciava as músicas como se fossem exclusivas, mas na verdade eram velhos sucessos da era das discotecas. Também havia sátiras aos programas jornalísticos da Globo. O programa era ao vivo, então havia muita improvisação, o que o deixava ainda mais engraçado. As reprises eram nas tardes de domingo.


Nos anos 70 e começo dos 80, o mesmo Tutinha fazia o papel do locutor Mike Nelson, que apresentava o programa Jovem Pan Disco Dance, que tinha uma sequência de esquetes e paródias, como “Amaral e Netos”. O programa ia ao ar aos sábados, entre 21h e meia-noite. Rádio novelas, vinhetas engraçadas e paródias em geral davam o tom do programa.


Em 1989, a Transamérica FM lançou o mais duradouro dos programas de humor do rádio. O Café Com Bobagem era formado por Zé Américo, René Vanordem, Ênio Vivona, Oscar Pardini e Ivan de Oliveira, que sempre pontuaram o programa com esquetes cômicas e imitações de celebridades. Mudaram de emissora várias vezes, foram para a televisão, e ainda hoje estão no ar, além da TV, em duas rádios diferentes, e ao mesmo tempo com programas ao vivo, sendo líderes de audiência em ambas as emissoras. Como eles eram em cinco, ficavam se revezando nas duas rádios, uma em Campinas e outra em Mogi das Cruzes, para levar os programas ao ar ao mesmo tempo. O Café Com bobagem teve uma coleção de CDs lançados, reunindo as melhores esquetes do programa.



FONTE: VEJA SÃO PAULO
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