Não importa se é um dérbi entre times da mesma cidade, um confronto direto por pontos no campeonato nacional ou a grande final da Copa do Mundo: o futebol é, incontestavelmente, o esporte que mais mobiliza os torcedores brasileiros, despertando paixões e incendiando rivalidades.
É bem verdade que a evolução da tecnologia facilitou a vida de quem pretende acompanhar uma partida em tempo real. Por outro lado, qualquer pessoa que se propõe a apenas ouvir a transmissão vive uma experiência ímpar.
Nesse post, vamos descrever as características que tornam a narração de futebol no rádio uma expressão artística tão peculiar, que se diferencia do trabalho feito por profissionais da TV. Entenda logo abaixo como esse veículo continua fazendo história:
Sem câmeras, dê asas à imaginação
Enquanto o telespectador tem à sua disposição dezenas de câmeras que captam as jogadas nos mais diferentes ângulos e permitem fazer um tira-teima dos lances duvidosos, o narrador de rádio tem que fazer seu melhor para driblar a falta de imagens.
O que poderia ser uma desvantagem, no entanto, transforma-se no maior chamariz para este veículo. A ausência de registros visuais obriga o locutor a aguçar a imaginação do ouvinte para manter seu interesse.
Em outras palavras, isso significa que os lances são transmitidos com riqueza de detalhes. Por essa razão, são mencionadas informações sobre o uniforme dos times ou em que parte das quatro linhas está acontecendo cada movimentação.
Contamine-se pela emoção de cada lance
Para realizar uma transmissão vibrante e fugir de um tom enfadonho, o narrador deve se deixar empolgar pela emoção de cada jogada, a ponto de contagiar quem está do outro lado do dial.
Este conselho é válido especialmente no instante em que as redes balançarem. Cada profissional tem seu estilo na hora de celebrar o clímax de uma partida — há, inclusive, os que consagraram bordões.
Não raramente, um confronto monótono dentro de campo pode se tornar uma cobertura memorável. Tudo depende do dom de quem está a cargo do microfone.
Sua missão é fazer com que a audiência se sinta como se estivesse dentro do campo. Quem trabalha com narração de futebol costuma se valer de uma série de artifícios.
Para isso, ele recorre ao seu principal instrumento de trabalho: a própria voz. Conforme a natureza da jogada, usa-se uma entonação diferente. O mesmo vale para o ritmo da fala e a respiração. Antes de uma jogada de perigo, por exemplo, é possível manter um breve silêncio para atrair a atenção do espectador.
Reverencie a trajetória de craques
Dentro de campo, jogadores como Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo fazem toda a diferença. Nas transmissões televisivas, goste você ou não dele, Galvão Bueno ainda é o principal nome da narração de futebol.
Todavia, não seria coerente encerrar esse texto sem uma justa reverência aos craques do microfone, no rádio. São os casos de Oscar Ulisses e José Silvério, entre outros tantos nomes.
O primeiro fez da expressão “pro goooooooooool!” a sua marca registrada. Locutor titular da Rádio Globo, ele é irmão de outra figura que marcou a história das transmissões esportivas: o também narrador Osmar Santos que, há alguns anos, foi vítima de um grave acidente de carro.
Já Silvério é considerado o “narrador mais técnico do mundo” por alguns ouvintes. Experiente, o veterano atua ininterruptamente na cobertura de Copas do Mundo desde 1978 na Argentina.
Ficou empolgado para ouvir uma narração de rádio? Antes de ser dado o pontapé inicial na próxima partida, compartilhe esse texto nas redes sociais e convide seus amigos a acompanhá-la com você. Bom jogo!
POR: BRUNO FARIA | TELETRONIX