» » América Latina precisa aumentar participação das mulheres na chefia de meios de comunicação


Em encontro com o setor privado, em Buenos Aires, a ONU Mulheres e a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) anunciaram em finais de outubro (31) um pacto para que países da América Latina suprimam estereótipos de gênero na mídia e estimulem a participação feminina em meios de comunicação, sobretudo em posições de liderança. Desigualdades entre homens e mulheres no setor foram apontadas como uma das áreas com maior “tarefas pendentes” para o cumprimento de metas internacionais.
“Para a ONU Mulheres, o tema gênero e meios de comunicação é uma discussão necessária e urgente. E também uma dívida pendente de mais de 20 anos com as mulheres e meninas em todo o mundo”, enfatizou a diretora regional da agência, Luiza Carvalho, para um público de representantes de conglomerados de mídia da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Uruguai e Venezuela.
Segundo o relatório Tendências mundiais em liberdade de expressão e desenvolvimento dos meios de comunicação, da UNESCO, num ranking de 59 países e 522 organizações de imprensa, as mulheres representam somente 35% do total da força de trabalho. Em postos de direção e governança, essa cifra cai para 27%.
Em 27 países-membros da União Europeia, as mulheres ocupam apenas 27% dos cargos de decisão. No setor privado, elas são somente 12%. Em termos de representação nas notícias, as mulheres representam somente 24% das pessoas que se informam na imprensa, rádio e TV e 23% dos indivíduos que se informam pela internet.
Lembrando a 4ª Conferência Mundial da Mulher, realizada em Pequim, em 1995, a especialista afirmou que deliberações finais desse encontro estipularam objetivos sobre a presença de mulheres atrás e na frente das câmeras. Todavia, revisões das decisões feitas pela sociedade civil indicaram que a área temática é a que concentra o maior número de “tarefas pendentes”.
Para reverter esse cenário, a ONU Mulheres e a AIR firmaram, durante as reuniões na capital argentina, a chamada Declaração de Buenos Aires. O documento formaliza e torna público o compromisso das duas entidades — e seus parceiros — em enfrentar o machismo, promover o empoderamento feminino e combater todas as formas de discriminação, incluindo por raça e etnia.
O acordo assinala ainda que “o direito à informação sem estereótipos é fundamental para a realização dos direitos humanos das mulheres”, reafirmando o direito à liberdade de expressão. Entre as ações previstas pelo marco de cooperação, está a organização do segundo Congresso de Meios de Comunicação e Igualdade de Gênero, em 2018, bem como a realização de outras atividades de intercâmbio de conhecimentos.
FONTE: ONU BR

Postado por César Oliveira

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