quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Você sabe o que é uma rádio digital?


Melhorar a qualidade do sinal é apenas uma das possibilidades da rádio digital, novidade que deve ser adotada em breve no Brasil, com a promessa de revolucionar o velho hábito de ouvir rádio.
A tecnologia está em teste desde a metade dos anos 2000; em 2010 foi instituído o Sistema Brasileiro de Rádio Digital (SBRD) pelo Ministério das Comunicações, com o objetivo de definir os requisitos para o início das operações do modelo.
Como funciona esse novo conceito de rádio? Que benefícios ele traz? Qual formato será adotado no Brasil? Descubra, a seguir, as respostas para essas e outras perguntas!

O conceito de rádio digital e como funciona a transmissão

Rádio digital é uma tecnologia que realiza a compressão dos sinais de voz para permitir a transmissão simultânea de outros dados pelo espectro eletromagnético, por meio da digitalização do áudio e da modulação de sua sequência binária em padrões diferenciados.
A partir daí, o sinal digital de rádio fica pronto para ser transmitido pelo ar, de forma parecida à das rádios analógicas convencionais, utilizando elementos como torres e antenas.

Vantagens da rádio digital

Além da já citada melhoria na qualidade do áudio, que começou com a migração do AM para o FM, a digitalização possibilita transmitir informações em formato de texto, como nome da música, do cantor ou do entrevistado, por exemplo, que podem ser visualizadas na tela do aparelho que sintoniza rádio digital.
Outras vantagens do sistema digital são:
  • permite ao transmissor enviar mais de um programa na mesma frequência (multiprogramação);
  • transmissão de dados digitais de qualquer natureza, incluindo fotos e até vídeos de baixa resolução;
  • uso mais eficiente do espectro eletromagnético;
  • sintoniza emissoras AM e FM nas frequências já conhecidas;
  • elimina as interferências, tão comuns no rádio analógico;
  • cobertura de uma mesma área com menor potência;
  • utilização da faixa de canais VHF, após o desligamento da TV analógica, para o surgimento de novos tipos de radiodifusão;
  • menor consumo de energia para as emissoras.

Desvantagem da rádio digital

A principal desvantagem do sistema digital está nos gastos para trocar os atuais rádios de pilha e aparelhos de som por modernos dispositivos para sintonizar rádios digitais, ou seja, o ouvinte precisará investir quantias consideráveis para ter acesso à nova tecnologia.

Formatos que podem ser adotados no Brasil

O SBRD aprovou dois modelos para testes. Um deles é o DRM (Digital Radio Mondiale), desenvolvido pelo consórcio de mesmo nome, sediado na Suíça, que reúne grandes empresas de radiodifusão.
O formato DRM foi criado para ser um padrão aberto e mundial, que utiliza as frequências e concessões outorgadas às transmissões de ondas curtas, AM (Amplitude Modulada) e FM (Frequência Modulada).
O outro formato de rádio digital em testes no Brasil é o HDRadio, nome comercial para o IBOC (In-band on-channel), padrão usado nos Estados Unidos e desenvolvido pela empresa Ibiquity.
Conhecido por transmitir o sinal digital junto ao analógico, o padrão americano não possui código livre e nem tem modo de operação para transmissão na faixa de ondas curtas. Além dos EUA, também foi adotado no México.

Nova era do rádio na Noruega

Estaria o rádio analógico com os dias contados? Na Noruega, sim.
O rádio digital na Noruega está no ar desde o início de 2017, contando com mais de 20 estações já adotando a tecnologia e muitas outras aptas a utilizá-la. Por lá, o processo de desligamento do rádio analógico acontece de maneira gradativa, assim como a mudança para a TV digital no Brasil.
Muitos outros países avaliam a transição do rádio analógico para o digital como positiva e por isso o desligamento do rádio FM na Noruega tem sido acompanhado com atenção, já que servirá de exemplo para mensurar o sucesso da tecnologia.
A digitalização do sinal vai mudar o jeito de fazer e ouvir rádio, trazendo diversos benefícios, mas essa tecnologia ainda deve demorar a ser adotada no Brasil. Mesmo assim, as emissoras precisam estar preparadas para o futuro.
POR BRUNO FARIA - TELETRONIX

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