O delegado Quéops Barreto, responsável pelas investigações do assassinato do radialista Jefferson Pureza Lopes, de 39 anos, em 17 de janeiro, informou ao Jornal Opção nesta terça-feira (13/3) que deve concluir o inquérito na próxima semana, mas não deve apontar novas autorias.
Conforme as investigações iniciais, o vereador José Eduardo Alves da Silva (PR), de 39 anos, é apontado como o mandante do assassinato. Segundo a polícia, o vereador teve duas motivações para orquestrar o crime dentro da casa da vítima: questões políticas e um relacionamento entre o radialista e a ex-mulher do político.
Além do vereador José Eduardo, dois menores foram apreendidos suspeitos de terem executado o radialista.
Dolores Cristina, a proprietária e diretora geral da Rádio Beira Rio, conta que a morte foi o estopim de uma série de ataques à rádio. “Em um ano, nossa rádio sofreu dois incêndios criminosos e dois roubos. Não sobrou nenhum microfone para contar história. Nem nosso radialista”, lamenta.
Ela lembra que diariamente é abordada pela cidade por ouvintes da rádio com uma interrogação que ela não consegue responder: “Quem vai falar a verdade agora?”. Cristina, no entanto, não abre mão de continuar utilizando a rádio como a voz do povo. “Eles atiraram na cara, para matar, para calar. Ele não morreu por um crime passional. Tem muitas coisas que ligam a morte por motivos políticos, a nomes, por isso estou desapontada.”
Uma das inúmeras histórias que contornam o fim trágico do radialista é o caso em que o marido de uma vereadora, irritado com críticas de Pureza, foi à sede da rádio, tirou um revólver da cintura e apontou para o rosto dele. “Por isso que não fico satisfeita com uma conclusão assim, mesmo o delegado sendo prudente, muito competente. Pureza morreu por ter coragem de contar aquilo que outros preferiram se calar”, disse.
FONTE: JORNAL OPÇÃO