terça-feira, 13 de março de 2018

Reportagem lança suspeita sobre rádio que triplicou patrimônio de Aécio em 1 ano


Jornal GGN - Investigado na Operação Patmos por suposta propina de R$ 2 milhões da JBS, Aécio Neves (PSDB) teve seu sigilo fiscal levantado pelo Supremo Tribunal Federal. Folha de S. Paulo publicou matéria com base em alguns dados, nesta terça, e levantou suspeita sobre a rádio que fez o patrimônio do tucano aumentar 8 vezes de um ano para outro. A operação envolveu a irmã, Andrea, também investigada.
 
Segundo a matéria, quando Aécio concorreu à presidência da República, em 2014, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral possuir uma cota de R$ 700 mil na rádio Arco íris (afiliada da Joven Pan), de propriedade da família. Essa cota era, na verdade, uma dívida com a mãe.
 
Em 2014 e 2015, o Imposto de Renda de Aécio registrou os mesmos R$ 700 mil como cota.
 
Em 2016, a mãe de Aécio decidiu perdoar a dívida de R$ 700 mil. O tucano, então, decidiu vender sua cota para a irmã Andrea. E declarou ao Fisco que as mesmas foram valorizadas a ponto de terem sido negociadas por R$ 6,6 milhões.
 
Isso fez com que o patrimônio dele saltasse de um total de R$ 2,5 milhões em 2015 para R$ 8 mihões em 2016.
 
Aécio vendeu as cotas em 48 parcelas e recebeu a primeira, de R$ 380 mil. Apontou ao Fisco que ainda faltam R$ 6,2 milhões. Andrea também declarou a compra em seu imposto de renda.
 
Folha ouviu um contator, sob condição de anonimato, que levantou suspeita sobre a rádio. Ele disse que seria necessário ter acesso "aos balanços da emissora, para saber como se deu a grande valorização das cotas em tão pouco espaço de tempo."
 
O jornal ainda frisou que a venda das contas de Aécio para Andrea, marcando a saída do senador da rádio, coincide com um "crescente questionamento sobre a legalidade" da rádio.
 
A Procuradoria da República em Minas Gerais já chegou a pedir a cassação da licença da emissora, alegando que afronta a Constituição um político possuir um meio de comunicação de massa.
 
Durante seis anos, além das cotas, Aécio recebeu lucros dos dividendos da Arco Íris. E seu eleitorado nunca soube desses valores - que ele diz ser sua principal fonte de renda - porque ao TSE os candidatos só são obrigados a declarar os bens, não rendimentos.
 
Segundo a Folha, entre 2014 e 2016, Aécio recebeu R$ 3,1 milhões a título de lucros e dividendos da rádio.
 
Ele também declarou ao Fisco possuir um apartamento em Belo Horizonte, no valor de R$ 22 mil, e um no Rio de Janeiro, de R$ 109 mil.
 
Já Andrea declarou 3 imóveis no Rio:  "um na avenida Vieira Souto, de R$ 1,7 milhão, um na avenida Atlântica (R$ 1,8 milhão) e outro na rua Prudente de Morais, em Ipanema (R$ 400 mil), além um apartamento e casas em Minas", apontou o jornal.
 
Por ter sido colunista da Folha, Aécio recebeu quase R$ 60 mil entre 2014 e 2016.
 
A defesa de Aécio disse que ele vendeu as cotas da Arco Íris por valores do mercado, tudo dentro da legalidade.

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