terça-feira, 17 de abril de 2018

Rádio norte-americano já se prepara para mudança nos automóveis You are here:


Com 93% de alcance na população, o rádio dos Estados Unidos chama a atenção em todo o planeta. O desempenho positivo também reflete em faturamento para as estações de rádio. Mas como o mercado norte-americano atuou para chegar a essa marca e quais as principais preocupações do setor para os próximos anos? Três palestrantes tentaram mostrar durante o NAB Show 2018 os desafios do rádio dos Estados Unidos, em evento organizado pela ABERT e AESP à radiodifusores brasileiros. E a presença do rádio em veículos é a atual preocupação dos norte-americanos.
David Bayer (vice-presidente do Departamento de Tecnologia e administrador do Comitê de Rádio do NAB) apontou as preocupações atuais do rádio nos Estados Unidos e como o mercado está se preparando para isso. Os veículos autônomos, que poderão ser uma realidade nos próximos anos, devem mudar totalmente os hábitos de consumo de mídia das pessoas enquanto elas se locomovem. Sem precisar prestar a atenção no trânsito, as pessoas podem interagir e se entreter de diversas maneiras, o que pode gerar mais concorrência ao rádio.
A NAB, através de seus representantes, realizou várias pesquisas relacionadas ao consumo de rádio em veículos e como essa mídia está presente nos veículos que estão sendo lançados. No geral, o norte-americano tem o rádio como a sua principal fonte de consumo de mídia em veículos, através do sinal analógico em FM/AM. Porém, nos novos modelos apresentados em salões durante o ano de 2017, 27% deles já não contavam com as opções “Radio”, “Audio” ou “Band” em destaque.
Com esse panorama, a NAB se aproximou dos fabricantes automotivos, mostrando as vantagens de se contar com o rádio nos veículos e também as novas possibilidades tecnológicas. E a resposta tem sido positiva, com o interesse das montadoras em contar com a mídia rádio. Receptores “híbridos” que alternam a sintonia entre rádio terrestre e online, informações como música, logotipo de detalhes de programação no display, rádio digitais com mais opções de acesso, aplicativos de rádio online ou terrestre de terceiros (via celular) ou nativos nos sistemas automotivos, são alguns dos caminhos já positivos que a indústria norte-americana tem tomado.
Basicamente o caminho do rádio nos Estados Unidos, inclusive no Brasil, está na maneira de como ele se apresenta e também no conteúdo oferecido, conforme destacado nas palestras do café da manhã. A NAB conta com uma série de recomendações de “boas práticas” para as rádios, como a utilização do RDS, incrementos de aplicativos que funcionam via celular e são facilmente integrados aos sistemas automotivos, qualidade de áudio, entre outros serviços que fazem “o rádio parecer bom”, isso perante a série de concorrentes que surgem em diferentes dispositivos. Por exemplo: a ausência de informações via RDS, apenas com a frequência aparecendo no display, promove a experiencia de que a tecnologia rádio é defasada em relação às demais, o que diminui o seu interesse. Isso antes mesmo do consumo do conteúdo em áudio, conforme demonstrado por Bayer.

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