Feliz do torcedor que pôde ouvir as transmissões mágicas de Osmar Santos. Mágicas porque, através do rádio, ele conseguia dar um novo colorido ao futebol, com a sua criatividade, a sua emoção e o seu talento. Feliz do torcedor que pôde ouvir um dos maiores mitos da locução esportiva.
Osmar Aparecido dos Santos nasceu em Osvaldo Cruz, interior de São Paulo, em 28 de julho de 1949. Filho de colono sem-terra, começou a trabalhar na roça com oito anos. Por ironia do destino, tinha dificuldades na fala até os cinco anos. O dono da fazenda, Benedito Funchal, encarregou-se de cuidar desse problema.
O início da carreira
Aos nove anos, ouvindo a Copa de 1958, imitava os locutores da época, como Pedro Luís e Edson Luís, usando uma lata de óleo vazia como microfone.
Em 1962, entrou pela primeira vez na Rádio Clube de Osvaldo Cruz, com a intenção de cantar rock num programa de calouros. Em 1963, a Rádio Clube precisava de um apresentador e Osmar foi contratado para apresentar o jornal.
Foi nessa mesma rádio que fez sua primeira narração esportiva. Em Marília, criou seu famoso grito de gol, num jogo entre Marília e Votuporanga: “E que gooooooooolll!!!” Nos estudos, trancou matrícula no primeiro ano de Engenharia e se formou em Educação Física. Depois, concluiu o curso de Administração na Getúlio Vargas.
A chegada à Jovem Pan
Sua chegada à Jovem Pan de São Paulo ocorreu em 1972. Foi quando criou as famosas expressões que marcaram a sua carreira, como: “As bandeiras estão tremulando, tremulando; Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha; Animal; Garotinho”.
Após cinco anos, já estava consagrado. Foi quando transferiu-se para a Rádio Globo, estreando no primeiro jogo dos três jogos da histórica final do Campeonato Paulista de 1977, Corinthians x Ponte Preta, quando o Corinthians quebrou o tabu de 23 anos sem título. Quem é corintiano e ouviu, jamais vai esquecer.
“Diretas Já”
Foi esse carisma que levou o “Pai da Matéria”, como era conhecido, a ser o locutor das “Diretas Já”, em 1984, e que o consagrou nacionalmente. O clamor do povo estava na garganta de Osmar Santos.
O acidente
Noite de 22 de dezembro de 1994. Osmar janta com a família, na casa de seus pais, em Marília. Depois, resolve ir para Birigui, onde, no dia seguinte, haveria um churrasco de confraternização na concessionária da qual é dono. Entra, sozinho, em sua Mercedes 93, adquirida na semana anterior. Chovia muito. Na Rodovia Transbrasilândia, no trevo de Getulina, um motorista de caminhão, embriagado, pega a estrada em direção errada. Tenta consertar. Manobra, sem qualquer preocupação.
A Mercedes de Osmar choca-se na traseira do caminhão. Estava encerrada a carreira de um dos maiores ícones do rádio brasileiro. E hoje, aos 67 anos, mesmo com problemas na fala e dificuldades para movimentar o braço e a mão direita, continua transmitindo emoções e lições de vida, com sua dedicação, sua determinação e seu sorriso.
FONTE: blastingnews