segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Apenas 5 presidenciáveis mencionam liberdade de imprensa em programa


Um levantamento feito pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) com base nas propostas apresentadas ao TSE pelos candidatos à Presidência aponta que em apenas 5 dos 13 programas há alguma menção a liberdade de imprensa ou expressão. 

Em oito textos existem referências a compromissos com transparência ou acesso à informação. Cabo Daciolo (Patriota), João Goulart Filho (PPL) e Vera Lúcia (PSTU) não fazem menção a esses temas.

Os presidenciáveis que abordam o tema são Lula/Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Alvaro Dias (Podemos).

O plano de governo do PT defende mecanismos de regulação da mídia para “impedir todo e qualquer tipo de censura” e a “dominação de alguns poucos grupos econômicos”. 

O documento diz que liberdade de imprensa, pluralismo e acesso a fontes diversificadas e independentes são fundamentais para a democracia.

O plano de Boulos também defende mecanismos de controle social da mídia. O candidato propõe “impedir o controle de outorgas por deputados e senadores” e diz que atuará contra o “monopólio e o oligopólio da radiodifusão”. 

A proposta de Bolsonaro se diz contra “qualquer regulação ou controle social da mídia” e a favor da “liberdade de opinião, informação, imprensa, internet, política e religiosa”.

Os demais candidatos que fazem menção à liberdade de imprensa não abordam mecanismos de regulação. 

Em um parágrafo das diretrizes de seu programa, Marina assume compromisso com a “plena garantia do direito à liberdade de expressão” e afirma que ele será “promovido e respeitado em todas as suas dimensões, incluindo a liberdade de imprensa e o direito à comunicação”.  

Dias diz ter “absoluta convicção nas liberdades individuais e de imprensa” como um dos princípios que embasam as suas diretrizes gerais.

A valorização da transparência e do acesso às informações públicas são temas mais frequentes entre os presidenciáveis. Além de Marina, Boulos e Bolsonaro, os tópicos aparecem nos textos de Ciro, Meirelles, Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amoêdo (Novo). Lula e Dias não mencionam o assunto em seus programas de governo. 

Ciro e Marina falam em mecanismos para aumentar o controle social. O programa de Ciro defende a criação de um “sistema de controle interno” unificado, integrando a Controladoria Geral da União e as Controladorias Estaduais e Municipais.

Ele propõe a integração de todas as bases de dados referentes a cadastros de beneficiários e outras questões de transparência em um site. Marina propõe a criação de um conselho nacional de transparência ativa, que terá como função regulamentar e fiscalizar a publicação dos dados.

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO 
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