sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Conheça a radialista dona da voz das estações do Metrô do Distrito Federal


Uma dúvida desperta a curiosidade de usuários do sistema metroviário do Distrito Federal: de quem é a voz que anuncia a chegada e partida dos trens nas 24 estações da rede? Desde 2001, a locução mexe com o imaginário dos passageiros que trafegam ao longo dos 42,5km de extensão dos trilhos brasilienses. Ao total, 160 mil pessoas transitam diariamente pelo local, mas nenhuma delas é a responsável pelos anúncios.

Natural de São Paulo (SP), a jornalista Roxane Ré, de 53 anos, fez carreira no seu estado e foi convidada por um amigo para fazer a narração das paradas do Metrô de Brasília. Em conversa com o Metrópoles, ela confessou nunca ter se escutado nos vagões da capital da República.

Experiente, não ficou surpresa ao se ouvir, pois está “acostumada com o som”, mas brincou: “Não sei se os passageiros se sentem frustrados com uma paulista narrando o trajeto dos vagões brasilienses”.

A radialista diz ter sido chamada em 2008, pelo dono de uma gravadora, para ser “a voz institucional” da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF). No entanto, ela contou que não costuma fazer esse tipo de locução. “Como sou jornalista, procurava não misturar as coisas. Mas, quando aceitei fazer o trabalho, sabia que minha fala faria parte do serviço”.

Segundo Roxane, o que mais a surpreende é quando descobrem ser ela a responsável pelas gravações. “Ficam assustados e me contam que jamais imaginavam que eu teria esta aparência. Esse é o fascínio do rádio, cria expectativas e atiça a curiosidade do ouvinte. É incrível.”

Surpresa

A reportagem foi à Estação Central do Metrô-DF, na Rodoviária do Plano Piloto, e mostrou a foto da jornalista a alguns passageiros. A auxiliar de serviços gerais Vânia Lima, 55 anos, usa o transporte público todos os dias e ficou surpresa quando descobriu como era “o rosto da voz”. “Nunca imaginei que ela fosse assim, mas desconfiava que fosse uma senhora muito elegante pela forma como falava”, contou.

A aposentada Antônia do Nascimento, 73, também se surpreendeu. “Jamais imaginei que fosse uma jornalista. Achei que a locução era feita na hora, pelos próprios maquinistas ou por alguém em uma sala”, comentou.

Algumas pessoas, no entanto, disseram nunca terem parado para prestar atenção na voz. Foi o caso do estudante Pedro Vasconcelos, 20. “Eu só ouço o aviso e desço na estação. Na verdade, não ligo muito para quem seja, só obedeço”, brincou.

Instrumento de trabalho

Locutora de rádio há mais de 30 anos, Roxane começou a usar a voz como instrumento de trabalho em 1988, quando cursava jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Na faculdade, foi convidada pelo professor de radiojornalismo para integrar a equipe da Gazeta. “Gostava do impresso e queria trabalhar em redação, mas ele me disse que eu tinha perfil para rádio e me convidou para fazer um estágio”, lembrou.

Roxane passou por importantes veículos nacionais, como CBN, Rádio TV Cultura, Rádio Eldorado e Estadão ESPN. Atualmente está na Rádio USP, da Universidade de São Paulo, “sempre mexendo com rádio”. “Fiz TV uma vez, na Cultura, mas foi algo esporádico e apenas para cobrir as férias de outro jornalista”, relatou.

Ouça uma das locuções de Roxane para o Metrô-DF:


FONTE: METRÓPOLES 
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