E para variar, a Apple começa o ano com mais um processo na cabeça. Desta vez a empresa está sendo processada pela radialista Galit Gura-Eini, que alega que a empresa de Cupertino utilizou sua voz na versão hebraica da Siri sem permissão.
De acordo com uma reportagem da CTech, a radialista israelense alegou ter problemas com o tipo de conteúdo que sua voz é persuadida a dizer (como xingamentos ou frases de teor sexual). Por isso, Gura-Eini pede US$ 66 mil como reparação de danos morais no processo que foi apresentado na semana passada em um tribunal distrital de Tel Aviv, em Israel.
Assim como acontece em outras regiões do mundo, a voz da radialista foi gravada em 2007 — mesmo ano em que a Apple lançou o primeiro iPhone, e muito antes de IAs e assistentes virtuais serem algo concebível pelo público. A gravação foi feita em uma subsidiária da Nuance Communications, uma empresa especializada em inteligência artificial e reconhecimento de voz, para ser usada em aplicações futuras onde fosse necessário a existência de uma voz gravada em hebraico. Contudo, a radialista deu à Nuance permissão de uso apenas em “necessidades legítimas”.
Além de ser a voz da Siri, Gura-Eini também cede a sua voz para a versão hebraica do Waze — com o qual ela não tem nenhum problema, já que nele sua voz é usada apenas para indicar direções e regras de trânsito.
No processo, a radialista detalha que, devido à profissão que exerce, sua voz é identificada e associada à sua personalidade, e quando as pessoas utilizam a Siri para fazer com que ela diga coisas impróprias é como se a Apple a tivesse transformado em um veículo para falas humilhantes.
Em depoimento oficial sobre o caso, o advogado da Apple afirma que a empresa não fez nada de errado na operação e que adquiriu legalmente o direito para o uso da voz de Gura-Eini com a Nuance. Por fim, a Maçã alega que o que a Siri faz nada mais é do que utilizar um algoritmo para juntar sílabas que foram gravadas em separado pela radialista.
Fonte: CTech