Em mensagem para o Dia Mundial do Rádio, comemorado ontem, 13 de fevereiro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o meio de comunicação seja usado para promover o diálogo, a tolerância e a paz. Dirigente lembrou que o rádio alcança mais pessoas no mundo do que qualquer outro meio de comunicação. No Brasil, a UNESCO marca a data com uma homenagem a Ricardo Boechat, jornalista que, segundo o organismo internacional, “fez do rádio sua maior vocação”.
“O rádio é uma poderosa ferramenta. Mesmo no mundo digital de hoje, o rádio chega a mais pessoas do que qualquer outra plataforma de mídia”, afirmou Guterres.
Em 2019, o tema do dia do rádio é “Diálogo, Tolerância e Paz”. Atualmente, a UNESCO estima que mais de 70% da população mundial tenha acesso ao rádio. Esse tipo de alcance global só é equiparado à penetração dos telefones celulares. Em países em desenvolvimento, pelo menos 75% dos domicílios têm um aparelho de rádio.
“É uma plataforma pessoal e interativa na qual as pessoas podem transmitir os seus pontos de vista, as suas preocupações e as suas queixas. O rádio pode criar uma comunidade”, acrescentou o secretário-geral.
Guterres lembrou ainda que, na ONU, sobretudo nas missões de paz, o rádio é um meio fundamental para informar e reunir pessoas afetadas pela guerra.
“Neste Dia Mundial do Rádio, vamos reconhecer o poder do rádio e promover o diálogo, a tolerância e a paz”, concluiu o dirigente.
Homenagem a Ricardo Boechat
Em suas redes sociais, a Representação da UNESCO no Brasil compartilhou uma gravação do brasileiro Ricardo Boechat em que o jornalista explica por que o rádio segue conquistando públicos até hoje.
O organismo internacional homenageou o apresentador da Rádio BandNews FM, falecido num acidente de helicóptero na segunda-feira (11), e descreveu o profissional como “o jornalista que fez do rádio sua maior vocação”. Confira abaixo o post e o depoimento de Boechat:
No #DiaMundialDoRadio, 13 fev, a @UNESCOBrasil homenageia Ricardo Boechat, jornalista que fez do rádio sua vocação. Profissional extremamente comprometido com os ideais de liberdade da imprensa e de expressão, temas caros ao mandato da UNESCO. pic.twitter.com/ZnBJ0frsYG— UNESCO no Brasil (@UNESCOBrasil) 13 de fevereiro de 2019
UNESCO pede diversidade nos programas e emissoras de rádio
Também por ocasião do dia mundial, a chefe da UNESCO, Audrey Azoulay, afirmou que a data é uma oportunidade para celebrar o papel das estações de rádio – das grandes redes internacionais às emissoras comunitárias – em estimular o debate público, aumentar o envolvimento cívico e inspirar a compreensão mútua.
“Até os dias atuais, o diálogo através das ondas aéreas pode oferecer um antídoto para a negatividade que por vezes parece predominar no universo online, e é por isso que a UNESCO trabalha em todo o mundo para melhorar a pluralidade e a diversidade das estações de rádio”, disse a dirigente.
“Os desafios que nós enfrentamos – seja a mudança climática, os conflitos ou a ascensão de visões de mundo divergentes – dependem cada vez mais da nossa habilidade de dialogar com os outros e de encontrar soluções conjuntas.”
Audrey ressaltou a capilaridade do rádio, que consegue chegar e dar voz a pessoas de diferentes níveis de renda e contextos sociais.
“As mulheres que vivem em áreas rurais, por exemplo, constituem um dos grupos mais sub-representados nos meios de comunicação. A probabilidade de elas serem analfabetas é duas vezes maior do que a dos homens e, por isso, o rádio pode ser a sua salvação, para que consigam se expressar e ter acesso à informação”, explicou a autoridade máxima da UNESCO.
A dirigente apontou que a agência dá apoio a estações de rádio em países da África Subsaariana para promover a participação das mulheres no debate público.
Um dos objetivos desses esforços é pautar assuntos frequentemente deixados de lado, como os casamentos forçados, a educação das meninas e o cuidado com as crianças.
“A variedade linguística nas transmissões também é essencial – o direito de as pessoas se expressarem em suas próprias línguas, o que adquire um significado especial este ano, quando a UNESCO lidera a comunidade internacional nas celebrações do Ano Internacional das Línguas Indígenas”, acrescentou Audrey.
“Em todo o mundo – das estações de rádio para moradores de favelas no Quênia, para minorias na Mongólia ou comunidades indígenas no México –, a inclusão de populações diversificadas torna as nossas sociedades mais resilientes, mais abertas e mais pacíficas”, concluiu.
O 13 de fevereiro foi proclamado Dia Mundial do Rádio pelos Estados-membro da UNESCO em 2011. No ano seguinte, o dia foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A data foi escolhida para comemorar o lançamento da Rádio das Nações Unidas em 1946.
FONTE: ONU BR