terça-feira, 27 de agosto de 2019

Morre a radialista Sonia Abreu, a primeira DJ do Brasil



Produtora musical da rádio Excelsior/Globo de São Paulo entre 1968 e 1978, a paulistana Sonia Abreu foi pioneira num ramo que seria muito celebrado nos anos seguintes: ela foi a primeira DJ brasileira, tocando em 1977 na discoteca Papagaio Disco Club, do empresário Ricardo Amaral.

A DJ morreu na segunda-feira, aos 68 anos, em São Paulo. Ela teve uma fadiga respiratória causada pela esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa.

Em em 1964, aos 13 anos, Sonia foi cantar na banda Happiness, fazendo covers de músicas estrangeiras na noite paulistana. Aos 16, tocou pela primeira vez numa cabine de uma festa, na casa do empresário e político paulistano Antônio Ermírio de Moraes. E aos 17, ela já estava produzindo a programação da rádio Excelsior, onde cuidaria também da seleção musical da coleção de os discos "A máquina do som", lançada pela Som Livre entre 1974 e 1978.

Na mesma época iniciou sua coluna sobre música na "Revista Pop". Em 1978, no auge da disco music no Brasil, Sonia foi responsável pelo lançamento de "Automatic lover", da cantora inglesa Dee D. Jackson — ela teve a ideia de botar uma amiga, a dançarina Regina Shakti, para fazer cover da música em shows em programas de TV e, no ano seguinte, receberia um disco de ouro pela vendagem do LP no Brasil.

Sonia Abreu, na inauguração do Sesc Pompeia, em São Paulo Foto: Reprodução da internet

No começo dos anos 80, Sonia montou dentro de um ônibus um sofisticado sistema de som e criou a rádio móvel Ondas Tropicais. Primeiro, ela se apresentou no coreto da Rua Augusta, depois na praça do Pôr–do-Sol, no parque Ibirapuera e no bosque do Morumbi. O inusitado projeto chegou a ser realizado também a bordo de um barco, ancorado nas mais agitadas praias dos litorais paulista e carioca no verão de 1986.

Amiga de muitos músicos, como Arnaldo Baptista , dos Mutantes (de quem ajudou a cuidar depois de uma tentativa de suicídio, em 1982), Sonia também montou, nos anos 90, a Banda do Quarto Mundo, para ajudar a propagar a world music no país.

Em 2017, Claudia Assef e Alexandre de Melo lançaram a biografia de Sonia, "Ondas tropicais". Na época, ela ainda tocava em festas e eventos, apresentava o programa na Rádio UOL e era DJ residente na Casa 92, boate em Pinheiros. Sonia discotecou pela última vez, já de cadeira de rodas, em junho deste ano, na Galeria Olido, no centro de São Paulo.

O velório de Sonia Abreu acontece nesta terça-feira, das 8h às 14h, no Funeral Home, na Bela Vista, em São Paulo.

FONTE: O GLOBO
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