Um estudo realizado pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, revelou que se a China tivesse iniciado as medidas de contenção do novo coronavírus no início de janeiro, o país teria registrado 86% menos casos de COVID-19.
Segundo a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), a pandemia poderia ter sido controlada e milhares de vidas salvas, caso as autoridades chinesas não tivessem impedido jornalistas e usuários de redes sociais de relatar a situação.
Para comprovar o argumento, a RSF, entidade que atua em defesa da liberdade de imprensa, listou uma série de situações em que os alertas relacionados à gravidade da doença teriam sido censurados. Os relatos têm início em outubro de 2019, quando um estudo da universidade americana John Hopkins revelou que uma pandemia poderia vitimar até 65 milhões de chineses, mas a imprensa local não pôde divulgar o assunto.
Ainda de acordo com a RSF, no ano passado, ao analisar a doença que dava seus primeiros sinais, um grupo de médicos descobriu que havia transmissão de pessoa para pessoa. Em seguida, os profissionais de saúde foram detidos pela polícia. Outra medida foi proibir que internautas trocassem informações sobre a doença em um aplicativo de troca de mensagens.
Para a RSF, o atraso em informar que cientistas locais haviam sequenciado o genoma do vírus também atrasou as ações de outros países afetados pela virose. Até o momento, o país registrou mais de 81 mil casos confirmados de COVID-19 e mais de 3,2 mil óbitos.
FONTE: ABERT