Em recente artigo publicado pelo Radio Intelligence, Pat Bryson, consultor e fundador da Bryson Broadcasting International, dá alguns conselhos para os departamentos comerciais das emissoras. “O radiodifusor deve entrar em contato com as empresas antes que elas comecem a cancelar as campanhas. Os clientes que continuarem anunciando, enfrentarão melhor o desafio atual. À medida que seus concorrentes ficam em silêncio, isso oferece à empresa ousada uma oportunidade única de aumentar sua participação no mercado”, explica.
Exemplos no Paraná
É inegável que a pandemia do coronavírus traz desafios para as emissoras de rádio no Brasil. Há um dilema: com as pessoas mais disponíveis para consumir mídia devido a quarentena, a tendência é de um crescimento da audiência. Mas para quem vender se a economia está praticamente paralisada?
Uma saída é a maior aproximação de seu público, por meio de várias iniciativas sociais que causam empatia e informam a população.
A Rádio Verde Vale de União da Vitória e as demais emissoras da região abriram seus microfones para os médicos da cidade tranquilizarem a população e darem dicas de saúde. O diretor geral do Grupo Verde Vale de Comunicação, Caique Agustini, explica que a ideia surgiu da associação médica da cidade. “Os médicos nos pediram esse auxilio porque são conhecidos e próximos dos pacientes. Apoiamos esta ideia e um estúdio parceiro grava e envia para as emissoras veicularem”.
Ainda de acordo com Caique, essa ação reforça o papel do rádio. “Estou há 20 anos no meio e desconheço uma rádio que tenha se furtado em fazer parceria com outras em momentos de crise. Temos as enchentes aqui na cidade, a cada dez anos é um cenário grave, e o pessoal se dá as mãos. Não falta humanidade nestes momentos”.
As Emissoras de rádio em Paranaguá: Massa FM Litoral,104 FM, Litoral Sul FM e Ilha do Mel FM também se uniram em prol das famílias de maior vulnerabilidade social e lançaram a campanha “Do Outro Lado do Rádio”. Através das emissoras, santuário e paróquias, serão arrecadadas cestas básicas e alimentos não perecíveis para distribuição as famílias carentes.
Estas rádios estão incumbidas da organização de toda a identidade visual, produção de spots para divulgação, cobertura jornalística, uso de suas mídias sociais na campanha e captação de doação de cestas básicas e alimentos juntamente a seus parceiros comerciais, clientes e colaboradores. O tempo estimado no ar para a primeira fase da campanha é de três meses.
Na Rádio e no Portal da Banda B, foi criado o “Boas notícias estão na Banda B”. Geovane Barreiro, coordenador de jornalismo e apresentador, explica que a programação da emissora é composta por notícias e, neste momento, todas não muito positivas, com isso resolveram oferecer uma válvula de escape para os ouvintes. “Começamos a garimpar as boas ações, campanhas, atitudes positivas e surgiu o quadro, que tem vinheta de abertura e encerramento. Ele entra a qualquer momento na programação. O ouvinte, neste período de apreensão, recebe uma boa noticia e para e pensa. Começa a olhar os problemas sob uma ótica diferente”.
Geovane diz que as pessoas estão compartilhando a companha nas redes sociais. “O interessante é que as pessoas estão compartilhando nossa campanha porque também colocamos em nosso portal. Somos uma mola propulsora. As pessoas querem saber da pandemia, mas também desejam saber sobre as boas ações”.
Parte das emissoras estão apoiando o comércio local com a divulgação de serviços de deliveries. A Rádio Antena Sul FM está divulgando, sem custo e mesmo para quem não é anunciante, os serviços de delivery da cidade. O sócio-diretor da rádio Antena Sul FM, Cesar Telles, explica que as informações chegam pelo WhatsApp da emissora e os número de contato são divulgados. “Fazemos ao vivo e já apresentou bons resultados. Empresas que não são anunciantes já retornaram agradecendo. É uma boa oportunidade para futuros contratos, demonstra a nossa força e que o rádio dá resultado. O locutor brinca ao dizer que é para a pessoa, que liga no delivery, falar que ouviu na rádio”.
FONTE: AERP