Na África Oriental e Austral, uma rede de 25 estações de rádio comunitárias atende 250 mil cidadãos que vivem em comunidades rurais e marginalizadas.
Essa rede fortalece os mecanismos de colaboração para melhor realizar a cobertura dos desafios relacionados ao novo coronavírus em áreas remotas.
Cerca de 100 profissionais de rádios comunitárias destas regiões trabalharão em estreita colaboração com os governos nacionais e locais, bem como com os parceiros de desenvolvimento, para apresentar respostas à atual pandemia.
Na Índia, 25 meios de comunicação comunitários trabalharão em estreita colaboração com as autoridades responsáveis pelo gerenciamento de desastres para alcançar uma audiência geral a mais ampla possível, mas principalmente comunidades tribais e marginalizadas.
O objetivo é integrar formalmente as rádios comunitárias em planos, procedimentos e processos de gerenciamento de desastres, tanto no âmbito nacional quanto no estadual, para garantir uma resposta eficaz a esta e a futuras crises.
O projeto beneficiará estações de rádio comunitárias, privadas e públicas, atingindo 47 milhões de pessoas.
No Caribe, a prioridade da mídia será combater a desinformação. Cinquenta profissionais de mídia em nove países do Caribe Oriental serão rapidamente capacitados para verificar de modo eficaz os fatos e combater a desinformação e o sensacionalismo sobre o coronavírus.
O projeto contribuirá para aumentar a capacidade da mídia de cobrir o surto com os mais altos padrões profissionais e fornecer informações confiáveis para os cidadãos lidarem com esta emergência sanitária.
Esses são os objetivos de quatro iniciativas aprovadas esta semana pelo Escritório do Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação da UNESCO (IPDC), um programa intergovernamental que mobilizou apoio para o desenvolvimento da mídia nos últimos 40 anos, inclusive em tempos de emergências de saúde pública e desastres naturais.
“Passamos por diferentes emergências no passado, mas o que estamos vendo agora com a COVID-19 não tem precedentes”, disse a presidente do IPDC, Anna Brandt, embaixadora da Suécia para a UNESCO.
“A mídia e os jornalistas de todo o mundo desempenham um papel fundamental, pois fornecem um serviço público essencial à população. Com a crise atual, eles enfrentam enormes dificuldades – com sua situação financeira ainda mais debilitada e cada vez mais tendo de combater a desinformação”, acrescentou Brandt.
“Nos países em desenvolvimento, a crise do coronavírus só vai agravar um ambiente já desafiador para a mídia, particularmente para a mídia comunitária que, em geral, carece de capacidade e recursos, mas que também atende às comunidades mais vulneráveis”, disse o diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da UNESCO, Moez Chakchouk.
“Esses projetos contribuirão para responder às necessidades atuais com a colaboração reforçada entre os meios de comunicação, bem como com o aumento do uso de meios e serviços digitais”, acrescentou.
A UNESCO é a agência das Nações Unidas com mandato para promover “o livre fluxo de ideias por palavras e imagens”.
Seu Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação (IPDC), criado em 1980, é o único fórum multilateral do Sistema das Nações Unidas destinado a mobilizar a comunidade internacional para discutir e promover o desenvolvimento da mídia nos países em desenvolvimento.
Alinhados à prioridade global da UNESCO em igualdade de gênero, todos os projetos do IPDC promovem a igualdade entre homens e mulheres e buscam realizar ações transformadoras da equidade entre os gêneros.
A UNESCO está monitorando de perto o impacto desta crise na liberdade de imprensa, na segurança dos jornalistas e no direito fundamental de acesso à informação.
Em um contexto de desafios sem precedentes para os setores de mídia e tecnologia digital, a UNESCO criou um “centro de recursos de respostas selecionadas à COVID-19”, com ações para apoiar a mídia, melhorar o acesso à informação e alavancar tecnologias digitais na luta contra a pandemia.
FONTE: UNESCO | NACOESUNIDAS.ORG