Neste momento, em que mais de 100 países procuram se preparar ou gerenciar os impactos de uma pandemia, muitas empresas desempenham ativamente suas responsabilidades diante de seus profissionais e da sociedade. Os radiodifusores sabem que precisam colocar seu foco no ouvinte, direcionar todas as suas energias e foco nele.
Marcelo Requena, diretor de mercado da Jovem Pan Curitiba, reforça que para ser relevante para o ouvinte neste momento, precisamos entender quais as dificuldades que este ouvinte está tendo, que tipo de dúvidas ele tem, para levar a informação adequada, confiável e com qualidade. “É importante saber que momento o ouvinte gostaria de estar vivendo para acalmar as ansiedades naturais deste período, para que possamos levar humor, música e entretenimento adequados neste momento em que todos estamos mais sensíveis”.
Para o diretor nacional da área de Negócios da Rede Massa FM, Alan Ceppini, é importante reforçar que isso se reflete em todos os pontos de contato entre cliente e organização. “Temos que estar onde nossos ouvinte estão e isso não se restringe mais apenas ao FM, temos que estar em streaming, portal, canais digitais, redes sociais, podcasts, quanto mais plataformas de contato, maior o alcance e relevância de uma rádio hoje em dia”.
O companheirismo e a presença do meio também foram destacados por João Santos, diretor da rádio 98FM em Curitiba. “O rádio é o grande companheiro das pessoas, isso desde sua criação. Cada emissora tem sua relevância, desde as que tocam músicas até as de notícias. Quem define a relevância é o ouvinte”.
Ainda de acordo com João, o conteúdo é importante. “A emissora que focar no conteúdo tende a ter mais audiência, pois se torna mais próxima do ouvinte que quer saber o que está acontecendo na sua cidade, no seu bairro”
Relacionamento
Construir um relacionamento personalizado com o ouvinte, que possibilite conectar ele a sua marca é fundamental e, segundo Alan, só ocorre com afinidade. “O ouvinte de rádio, diferente do contato que tem com outros meios, quer afinidade, envolvimento e relacionamento. Na Massa FM estamos sempre muito próximos dos ouvintes, criando relacionamento interpessoal que se fortalece através de nossos comunicadores e de nossas promoções”.
De acordo com João Santos, o rádio precisa ter um padrão. “O ouvinte tem que saber que quando ele liga na rádio ele vai encontrar o que ele gosta de ouvir. Eu sei que nem sempre é fácil, mas a emissora precisa manter o quadro de locutores, o padrão de promoções, ou seja, tem que ter personalidade, como se fosse uma pessoa. As pessoas se aproximam de quem tem os mesmos pensamentos, gostam de ficar perto de quem faz bem. Quando isso acontece o ouvinte briga pela emissora, defende ela de qualquer situação. Ele se apropria da marca da rádio, como se fosse dele”.
Essa conexão com ouvinte só acontece, segundo Requena, quando você conhece seu ouvinte. “Para você se conectar com alguém, você precisa conhecer esta pessoa e ter pontos em comum com ela, ou pontos que se complementem. Isso vale para relacionamento de pessoa a pessoa e também num relacionamento de uma marca com uma pessoa”
Outro ponto destacado por Requena são as redes sociais. “Elas nos permitem conhecer melhor nosso ouvinte, por meio de uma escuta ativa, vendo quem nos segue, lendo seus comentários. Quem ele é? o que ele gosta? que tipo de informação busca? Que tipo de comentário eu posso fazer ou promoção que irá engajá-lo? Que história posso contar que ele estará propenso a ouvir? Conhecer o ouvinte é o primeiro passo para ter um relacionamento duradouro e personalizado. Sempre foi possível para uma rádio conhecer seu ouvinte, pois sempre houve muita interação por meio das promoções, ligações, cartas. E hoje, com as redes sociais e a tecnologia, é mais fácil ainda”.
Audiência
A audiência do rádio cresceu 20% durante a pandemia. De acordo com os dados publicados na última pesquisa realizada pelo Kantar IBOPE Media, 77% dos entrevistados afirmaram que escutam a programação das emissoras de rádio durante a quarentena. Mas, os anúncios no meio não cresceram na mesma velocidade.
De acordo com Alan, os anunciantes estão se adaptando a um novo momento, os ciclos dos negócios mudaram, muitas marcas que usavam canais convencionais de contato tiveram que se adaptar e buscar soluções omnichannel (integração entre o online e o off-line). “A rádio teve que ir pelo mesmo caminho, para se manter relevante ao mercado temos que estar em constante evolução”.
FONTE: AERP