sexta-feira, 7 de agosto de 2020

“É preciso entregar a emissora na mão dos ouvintes”

 


Não é de hoje que a participação dos ouvintes é primordial para as rádios. A forma de interação das emissoras com o público tem mudado, mas os resultados desta convergência não. Com a utilização de redes sociais e canais baseados na navegação pela internet o ouvinte passou a estar mais próximo, comentando, compartilhando e inclusive, reclamando.

Toda esta troca de informação tem sido tema de discussões entre especialistas do meio. Na última edição do Aerp Ao Vivo, realizada no dia 29 de julho, a diretora artística do Grupo Maringá, Jany Lima, levantou a questão de que ouvir o ouvinte não é redundante e deveria ser regra para as rádios que pensam em melhorar o seu produto. “A gente está fazendo a rádio para o ouvinte, precisamos estar alinhados com aquilo que ele quer, em qualquer negócio entender o consumidor é o segredo” explica Jany Lima. Segundo ela, o Grupo recebe aproximadamente 13 mil mensagens de números únicos por mês, o que comprova que, o ouvinte gosta de ser ouvido e de conversar com o veículo expondo seu ponto de vista ou participação.

Nesta mesma linha de pensamento, João Santos, diretor da rádio 98FM em Curitiba, conta que é preciso ter uma filosofia envolvida no processo de escutar o próprio ouvinte. “Tem que entregar a emissora na mão dos ouvintes e a programação na mão da equipe, fazendo isso pode ter certeza essa dupla vai ser um sucesso” exalta o diretor que reforça que é preciso ter uma escuta qualificada e filtrar o que pode trazer bons retornos para a emissora.

Ouvir é diferente de escutar

Caique Agustini, diretor geral do Grupo Verde Vale de Comunicação e vice-presidente da Aerp, destaca que “ao ouvir, captamos a necessidade de ajustar nossos produtos, serviços, programação e às vezes até equipes”. O processo de escuta do consumidor dos produtos de radiodifusão é necessário para que o engajamento seja cada vez maior. E as redes sociais surgiram como uma ferramenta única que possibilitam uma série de processos de criação.

“Não faltam ferramentas para executar enquetes e monitorar tendências em todos os grandes aplicativos de comunicação e de redes sociais. Se você procurar, por exemplo, o trending topics do Twitter terá uma boa ideia do que as pessoas estão buscando e falando sobre, naquele momento” explica Caique.

Só que é preciso uma equipe preparada para que o ouvir o ouvinte se torne trivial. “Sem dúvida nenhuma é necessário transformar o ouvir em rotina, isso dará muito mais trabalho e exigirá equipes muito mais bem preparadas, treinadas e multidisciplinares”, conta o diretor geral do Grupo Verde Vale de Comunicação. O custo pode ser elevado ao trazer um time de atendimento destes, mas o resultado e o retorno podem compensar o investimento.

Whatsapp como ferramenta de escuta

Outra forma muito comum e que pode se tornar parte do processo de captação de informação e troca com o ouvinte é o WhatsApp.O aplicativo de mensagens traz uma gama de possibilidades que ultrapassam a linha da comunicação que envolve o emissor da mensagem e o receptor, e faz com que esta função se tornar uma via de mão dupla. “O aplicativo se tornou o caminho mais curto entre o ouvinte e a rádio, a agilidade que esta rede entrega é de uma relevância fundamental”, contou João Santos, que inclusive exemplificou com mensagens recebidas diariamente de ouvintes que emitem opinião, interagem com a programação e dão dicas do que pode ser melhorado na visão deles.

Por isso a realidade encontrada hoje pelas rádios necessita mais do que bons comunicadores, uma equipe de atendimento completa e alinhada para falar a língua do ouvinte. “O processo de comunicação sempre foi o emissor manda uma mensagem o receptor recebe e acabou, mas durante a minha atuação dentro da Maringá FM, percebi que este processo ganhou mais uma etapa, que é a resposta do emissor ao que o receptor enviou para a rádio e isso requer agentes de atendimento preparados para essa função” explica Jany.

FONTE: AERP - Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná
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