quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Vacina contra a covid-19 é indicada como peça-chave para a retomada econômica da comunicação



O portal norte-americano Inside Radio iniciou o ano de 2021 publicando duas reportagens que mostram as expectativas para 2021 de líderes da indústria do rádio e também do setor de publicidade. E nos dois casos a vacinação contra o novo coronavírus é tratada como peça-chave para a retomada econômica. Se fala em "recuperação acentuada" e previsões de que orçamentos de publicidade e marketing podem crescer 12,3% em 2021. Essa expectativa também é percebida entre executivos e pelo mercado brasileiro. 

Na reportagem relacionada aos executivos de rádio e suas expectativas para 2021, o presidente e CEO da iHeartMedia, Bob Pittman, prevê uma recuperação considerável de anúncios para o rádio. "É provável que a demanda do consumidor - reprimida durante a pandemia, conforme evidenciado pelos consumidores reunidos e gastando sempre que permitido - retornará fortemente e, quando isso acontecer, os anunciantes devem buscar a transmissão de rádio como a maneira mais rápida e eficaz de alcançar esses consumidores".

Porém, essa expectativa é baseada numa situação de maior normalidade das atividades econômicas e da circulação de pessoas nos Estados Unidos já no meio do ano, ou seja, lá para o final do primeiro semestre de 2021.

Essa demanda reprimida pela pandemia do novo coronavírus também é destacada pelo diretor de receita da Entercom, Bob Philips. "Há uma enorme demanda reprimida do consumidor que deve alimentar os orçamentos de marketing. Todos os sinais apontam para uma recuperação dos gastos com publicidade em geral e o rádio deve ser um beneficiário", diz o executivo ao portal Inside Radio.

David Kantor, CEO da Divisão de Rádio da Urban One, indicou 2021 como "o ano da recuperação", acreditando que levará tempo para que um número suficiente de norte-americanos seja vacinado para desenvolver alguma aparência de imunidade coletiva. "Precisamos de um retorno a um 'mais normal' para o rádio para obter seus motores de receita rugindo em alta velocidade". O executivo indica que os dois primeiros trimestres ainda serão difíceis, mas que o volume de negócios será fortalecido no segundo semestre deste ano. 

Tina Murley, vice-presidente de vendas do Beasley Media Group, lembra que a retomada de eventos ao vivo e locais podem impactar diretamente o rádio. "Conforme os eventos ao vivo e locais voltam, prevemos um influxo de dólares de publicidade a seguir e estamos otimistas quanto à recuperação da receita do rádio. Vimos vários indicadores iniciais para apoiar esse otimismo", afirma a executiva em entrevista ao Inside Radio.

Para garantir uma retomada, os executivos norte-americanos batem na mesma tecla discutida aqui no Brasil: é necessário ficar atento às categorias de serviços que são tendências no consumo e/ou que já aproveitam uma retomada de suas atividades. 

Ainda sobre as expectativas sobre a vacinação, os principais jornais brasileiros destacavam o otimismo de investidores na possibilidade de vacinação em massa para 2021. O mesmo foi repetido em mercados do exterior e é consenso entre os profissionais de rádio brasileiros que foram ouvidos pela redação do tudoradio.com.

Publicitários mais otimistas

Mark Read, chefe da WPP (que possui participações de compra de mídia através da GroupM, Mindshare e Mediacom), afirma que espera uma "recuperação acentuada" na publicidade em 2021. Segundo o Inside Radio, o executivo acredita que os orçamentos de publicidade e marketing podem crescer 12,3% neste ano. 

"Os principais beneficiários serão as grandes plataformas digitais, mas esperamos ver crescimento na televisão linear e na mídia tradicional, mesmo que continuem perdendo participação", disse Read ao Wall Street Journal. 

Jaime Robinson, diretora de criação da agência Joan Creative, também acredita que os orçamentos de marketing voltem ao normal. "Com a vacina aqui, estamos diante de uma onda global de demanda reprimida, especialmente nas áreas de viagens e hospitalidade, entretenimento, experiências e moda", afirma a executiva ao Wall Street Journal.

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