Por Fernanda Nardo
Em tempos de pandemia, os profissionais de rádio precisaram se adaptar a este novo cotidiano e improvisar nos cômodos da própria casa, além de contar com equipamentos diferenciados para continuar com a transmissão e manter a qualidade da programação no esquema de home office.
Esse novo cotidiano exige criatividade e abertura às novas formas de atuar. De acordo com o produtor musical no estúdio Espaço Bamboo, Felipe Zimpel, na hora de gravar, escolher o cômodo adequado impacta diretamente na qualidade do som.
“A dica é procurar um cômodo de tamanho médio e de preferência que tenha bastante móveis, tudo isso ajuda a conter as frequências indesejadas que atrapalham no resultado final da gravação”, afirma.
No caso das entrevistas, a orientação é gravar a voz separadamente utilizando o celular, mesmo que ela aconteça nas plataformas de conversa como Zoom ou Skype.
“Além do microfone conectado no computador, você pode utilizar o celular com o fone de ouvido e o microfone do próprio fone para gravar a sua voz separada. Lembrando que é preciso ter a gravação bruta para fazer a sincronização depois”, ressalta.
Quando a resposta do entrevistado vem por WhatsApp, por exemplo, é possível gravar a sua fala com o microfone do celular e depois unir tudo e editar no software de áudio. Zimpel destaca que essa é uma das maneiras que ele utiliza em casa para melhorar a qualidade do som. Segundo ele, a possibilidade para edição é muito mais favorável, já que é possível trabalhar separadamente cada voz.
Na edição, um dos softwares de áudio que o produtor indica para quem não tem muito conhecimento, é o Reaper, que é gratuito e tem muitas funcionalidades. “Com o equalizador é possível equilibrar as mixagens de cada gravação e obter um áudio com melhor qualidade”, explica.
Se houver a possibilidade de comprar um microfone, a orientação é optar por um aparelho condensador e não dinâmico. “Mesmo assim, a minha dica é priorizar o microfone do fone de ouvido. Quem terá que trabalhar em casa por um longo período, deve avaliar se vale investir em microfones e equipamentos e arcar com esses custos”, diz o produtor.
Realidade na prática
A equipe da Rede Aerp de Notícias tem se adaptado à realidade de trabalho conforme cada momento. Para a coordenadora de jornalismo, Juliana Sartori, faz parte da rotina do rádio saber improvisar, tanto na parte técnica quanto nas apresentações. Ela destaca que na hora da gravação um bom microfone ajuda bastante. “Hoje existem marcas de qualidade e com preços mais acessíveis”, diz.
Juliana conta que improvisou uma cabine de um jeito bem inusitado para fazer as gravações. “A captação do som eu faço perto de um armário, ou às vezes até dentro dele (rs). Abro a porta e fico perto das roupas, ainda uso a prancha de surf do meu filho que é de isopor. Isso ajuda a abafar o som e melhorar a qualidade”, relata.
A jornalista da Rede Aerp, Amanda Yargas, destaca que já tentou de tudo um pouco para manter a qualidade do áudio e dos programas. “Já gravei embaixo da coberta, dentro do armário, usando colchão para evitar o eco e tratar o som”.
Amanda revela que com o tempo foi se equipando. Ela separou um canto da casa e fez tratamento acústico com espumas sonex e adquiriu um microfone cardióide para evitar os ruídos externos, que são muitos, já que ela mora no Centro da capital.
“Sempre presto atenção nos ruídos externos na hora da captação sonora, se passar um ônibus, moto, carro do sonho, ou a gata pedir um cafuné, eu regravo tudo rapidamente”, comenta.
FONTE: AERP - Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná