Entender o perfil da emissora e dos ouvintes e estar atento à linguagem atual e às tendências do mercado são as peças fundamentais para criar uma plástica que traduza a identidade da emissora
Por Fernanda Nardo
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Os diversos elementos sonoros como trilhas, vinhetas, efeitos e vozes, quando estão em harmonia e alinhados à identidade da emissora, à marca, programação musical e ao conteúdo, formam a plástica da rádio. No entanto, alguns critérios são fundamentais para construir uma plástica que traduza o perfil da emissora, de forma inovadora e criativa.
Para o diretor da Agência RF e responsável pela Rede UP FM, Robson Ferri, a plástica é o cartão de visita da emissora, uma das portas de entrada de experiência e identificação do canal. “Com a plástica é possível trabalhar o seu nome, a sua marca e sua estratégia de impacto na sociedade, onde você atua”.
Entre os elementos que compõem a plástica estão a criação, ou seja, uma boa redação, uma voz que tenha a temperatura do projeto e sonoplastia. Ferri ressalta que o primeiro passo é entender qual é a proposta da emissora e o tipo de público que a rádio quer abordar. “Precisa ter a visão do contexto em que a rádio está inserida, o que conversa com aquela comunidade, o que fala sobre a cultura daquela sociedade”, explica.
Ele lembra que alguns cuidados são necessários. Por exemplo, exagerar nos efeitos sonoros também pode ter um efeito negativo. “Os efeitos muitas vezes atendem mais aos anseios do operador do que do público. Quando isso ocorre, o ouvinte fica sem entender todos esses efeitos, que parecem muitas vezes mais uma cena do filme do Star Wars. O efeito tem que ser atrelado a uma estratégia, e não simplesmente sair colocando qualquer coisa”.
Também é essencial que a identidade da emissora acompanhe a vida das pessoas, a rotina dos ouvintes e a linguagem atual. “Se você não é usuário do tik tok, por exemplo, você precisa estar lá para ver o que as pessoas estão fazendo, assim como acompanhar a mídia e não ficar preso na sua bolha e paixões nostálgicas, coisas que não fazem mais sentido para a época”.
Ou seja, a identidade da rádio precisa estar intimamente conectada com a atualidade, desde os efeitos sonoros mais utilizados no mercado até a linguagem. “Observar a forma com que as pessoas se comunicam, como as brincadeiras do momento, principalmente, na criação de spots institucionais e comerciais. Usamos cada vez mais o diálogo e a conversa, e tentamos fugir daquela abordagem mecânica quando vamos produzir uma peça”, afirma Ferri.
FONTE: Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná