Em mais de 135 anos de história do automóvel, o sistema de áudio também faz parte dessa jornada há mais de um século. A primeira marca de automóvel a apresentar um veículo equipado com rádio de fábrica foi a Chevrolet, em 1922, nos Estados Unidos. Em comemoração pelo centenário desse equipamento, a montadora americana relembra as inovações relacionadas ao entretenimento a bordo.
Nos anos 20, o sistema de áudio do veículo era bastante elementar. Nada compacto, precisava de baterias independentes e a antena ocupava todo o teto. A instalação também era complexa, e o custo do equipamento correspondia a quase um quarto do valor de um sedã de luxo da marca. Curiosamente, o fonógrafo que projetava o som era voltado para a parte externa, já que a tecnologia dos rádios naquela época sofria com interferências do motor e com a trepidações das vias. Além disso, a frequência das poucas estações AM da época oscilava muito entre os deslocamentos.
Apenas no início dos anos 30 que o rádio para automóveis começou a ser produzido em massa. Ainda assim, continuava sendo um item relativamente caro, até porque a instalação do equipamento exigia um par de técnicos por dias inteiros de trabalho. Os reflexos da Grande Depressão na economia representavam outro grande desafio. Por outro lado, os sistemas de áudio eram bem mais compactos, contavam com alto-falante com ajuste de volume e já tinham o propósito de entreter os ocupantes em trânsito.
Nos anos 50, os aparelhos traziam novidades como botões para a seleção de estações de rádio e a opção para a transmissão em frequência modulada (FM), que ajudavam a eliminar ruídos. O grande salto foi dado com o surgimento dos primeiros rádios automotivos totalmente transistorizados na década seguinte, assim como o sistema de som estéreo, que reduziram o tamanho dos rádios e melhoraram a qualidade acústica.
Com o lançamento do toca-fitas nos anos 70, os ocupantes passaram a contar com a possibilidade de selecionar os conteúdos que iam apreciar durante seus deslocamentos, que passavam a ser mais duradouros, por conta do tráfego urbano intensificado e da malha rodoviária cada vez maior. No Brasil, o primeiro Chevrolet a oferecer o um toca-fitas de série foi o Opala, marcando a estreia da versão Diplomata.
Outra evolução marcante da qualidade sonora veio com o toca-CDs, que dominaram nas décadas de 1990 e 2000, inicialmente com os modelos Single DIN e depois com os Double DIN, que passaram a ocupar o dobro do espaço. Essa tecnologia também estimulou os designers a repensar o visual dos aparelhos de áudio, que passaram a ser integrados ao painel. Nesta época, o Omega era a porta de entrada das principais inovações da Chevrolet, entre elas o CD Player.
Além de mais acessíveis que os toca-CDs, os rádios com entrada MP3 permitiam espetar mídias com maior capacidade de armazenamento de dados. Por isso começaram a ganhar a preferência do consumidor a partir da virada do milênio. Outra vantagem era que o motorista não precisava mais carregar estojos com discos ou fitas que ocupavam bastante espaço nos porta-objetos dos carros.
O fim da dependência de meios físicos para ouvir música veio junto com a era da conectividade, capitaneada pelo Bluetooth. A tecnologia abria caminho para a conexão sem fio com outros aparelhos compatíveis. Além disso, o Bluetooth também possibilitou a transmissão do áudio de chamadas do celular para o sistema viva-voz do carro com segurança, já que o motorista não precisaria tirar as mãos do volante para usar o telefone.